segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pico da Pedra - Camboriú - Expedição Furada

E lá vai o Batom pra Mochila... Mas desta vez foi uma aventura irresponsável, não aconselho que sigam meu exemplo (espero que mamãe não leia este post... rssss). Falando na minha mãe me lembrei de quando eu era adolescente, ela dizia: "As filhas de minhs amigas fazem ballet e você quer saltar de paraquedas, ai meu Deus!".
Resolvi conhecer um pouco mais de Camboriú, e parti sozinha para subir o Pico da Pedra, o ponto mais alto da cidade, com 678m de altura, usado durante a 2 Guerra Mundial como observatório do movimento dos navios na Costa. Dizem que dá para observar até Florianópolis, devia ser um visual incrível, bem pertinho de casa e eu queria conhecer. Como não tinha ninguém pra ir comigo (na verdade eu queria mesmo ir sozinha) segui em frente.
A paisagem já era agradável no percurso até o início da trilha. Segui por uma estradinha de terra e dei de cara com uma igreja lindinha, envolta a muita natureza.

Cheguei ao final da estrada e segui a pé, não tinha sinalização indicando o início da trilha, então segui meus instintos (claro que eles estariam errados, meu senso de direção é terrível).
Seguia por uma trilha aberta, com a adrenalina a mil por estar sozinha, à medida que eu caminhava a trilha ia se estreitando e quando dei conta já estava caminhando no meio do mato. Pedras enormes bloqueavam o caminho, mas eu, teimosa, seguia em frente.

Foi então que o primeiro incidente aconteceu. Senti minha pele queimar, como se um cigarro estivesse sendo apagado bem no meu joelho. O ardor era insuportável. Olhei para o galho que meu joelho havia tocado e lá estava ela, a taturana causadora da minha queimadura. Levantei minha calça (imaginem se eu estivesse de bermuda) e um vergão vermelho apareceu no local atingido.

Não queria desistir, segui adiante, ou melhor, acima! Eram pedras enormes que bloqueavam o caminho e eu agarrada a elas passava uma por uma, como numa versão feminina de Indiana Jones.
A mata emitia o ruído de seus habitantes, minha adrenalina subia cada vez mais. Sentia – me a Alice, aquela do País das Maravilhas... Mas aquilo não se parecia muito com o País das Maravilhas, era bem mais assustador. Ao invés de um Coelho de Cartolas eu tinha a sensação de que um monstro Pré – Histórico saltaria em cima de mim a qualquer momento. A única semelhança daquele cenário com a Alice no País das Maravilhas era a impressão de ouvir a rainha gritando: “Cortem a cabeça dela”, más com a voz fantasmagórica da mata fechada.
Assim mesmo eu segui. Até que uma pedra enorme impediu que eu continuasse. Eu não tinha outra opção a não ser dar meia volta e... Que droga! Tive que voltar.
As aranhas que eu encontrava pelo caminho também causavam arrepios, mas enfim... quem está na mata é pra... se ferrar!

Desce pedra, pula pedra, cai na pedra... Escorreguei e caí sentada. A esta altura o som da mata torna-se mais agradável. Já não era mais tão assustadora. Talvez o Coelho de Cartola aparecesse, ou quem sabe a Sininho, acompanhada dos garotos perdidos.
Encontrei outra trilha e resolvi tentar. Queria mesmo chegar ao Pico da Pedra. Era uma subida bem íngreme, mas desta vez a trilha estava mais aberta. Achei que chegaria ao meu objetivo, quando começaram as descidas. Caraca, o Pico da Pedra não era para baixo. Já com a certeza de estar errada segui para ver onde daria. A trilha chegou a uma rua de terra com duas opções a seguir, escolhi uma delas, sem seguir nenhuma lógica, fiz uma flecha com galhos (para eu não me perder na volta) e segui. Já não sabia mais onde eu estava, achei que devia estar na fazenda de alguém, mas continuei.


Depois de uma curva pude visualizar a praia. Neste momento dei risada de mim mesma. Estava totalmente perdida. Comecei no interior de Camboriú, não tem praia em Camboriú, não tinha a menor ideia de onde eu estava, achei que seria Balneário. Comecei a ver casinhas de madeira, muito simpáticas e com flores enfeitando as entradas. Bom, menos mal, não estava na propriedade de ninguém. Até que um homem estava do lado de fora de uma das casas e parei para perguntar onde eu estava. Ele me olhava como se eu fosse uma marciana, certamente não aparecem muitas loucas perdidas naquela localidade. Ele me explicou que eu estava em Itapema, mas que aquela estrada não tinha nome não.  Indicou que eu continuasse adiante que sairia em um lugar mais urbanizado.

Resolvi que iria até a praia e assim fiz. Perguntando e caminhando (afinal quem tem boca vai a Roma e quem tem pernas vai a... Itapema) segui feliz, e perdida até o mar. Não me restava mais nada a não ser entrar em um bar na beira da praia, tomar uma cerveja gelada e ficar rindo sozinha da minha confusão...
Sem dúvidas voltarei para encontrar o Pico da Pedra, mas desta vez irei mais bem preparada. Tive sorte de chegar ilesa, mas poderia não ter acabado bem.
Ah, não posso deixar de agradecer meu amigo Emerson que foi fazer meu “resgate” lá em Itapema.
O objetivo não alcançado... Mas eu não desisto.

9 comentários:

  1. "...meu senso de direção é terrível..."

    Oh Laila, what do you do? My lovely Alice! ;)

    Please keep writing! I read your reports so much! One has the feeling of being part of it!

    See you
    Mr. Tilo

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  2. laila!!
    seu senso de direção não é terrivel o que vc tem é uma doze muito grande de coragen vc não tem medo de nada continue assim , e foi um prazer fazer o seu resgate !!
    ass Emerson

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  3. E tem mais depois de toda esta aventura, teria que registrar a tranquilidade dela tomando uma cerveja kk

    ass emerson

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  4. Laila, Só vc mesmo! Também tenho o senso de direção prejudicado, sempre que acho que é para um lado, certamente é para o outro. Pelo visto foi uma aventura e tanto. Juizo menina! Beijos

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  5. E para que serve o senso de direcao?
    As vezes e bom esta perdido...rs
    Bisous Lucelio

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  6. já dei boas risadas com essa sua aventura!!!
    Luizitto

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  7. kkkkkkkkkk.... vc pediu pra nao rir... mas é dificil viu lailinha....
    Mas parabens tbm pela aventura to sentindo falta disso (da trilha) de sair queimando a perna com lagartas e ficar perdidinha da silva nao...rsrs
    Mas é mais um roteiro que vc conhece...bom talvez nao.. mas o gosto da aventura ninguem pode tirar... Eu quero ver vc postando alguma coisa que a gente fez junto aki...e eu sinto que nao esta muito longe....um bjooo
    ALEXXXXXXXX

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  8. olha, não vou ri por que prometi, mais que a aventura foi boa isso ñ se pode negar...


    keep walking!!!!

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  9. Seu senso de direção certamente é parecido com o meu,(isso é genético?), sempre ensinei a você enfrentar , ir em frente e não ter medo, mas acho que errei na dose, deveria ter ensinado menos, agora quem fica sempre com medo sou eu. Mamãe

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