Fui acordada às 6:30 da manhã por um senhor que cantava pelos corredores de beliches um “Aleluia” bem alto, achei aquilo muito estranho, todo mundo levantando, com a cara amassada, ao mesmo tempo. Saí por volta das 7:00hrs acompanhada por dois brasileiros, o pai Tomé e o filho Junior, dois catarinenses, mal sabia eu que nossos caminhos iriam se cruzar novamente (mas esta é uma outra estória que conto depois).
O caminho foi fácil. Paramos em Burguete para um gostoso café da manhã e seguimos por lindos bosques de Carvalhos e Pinheiros.
Burguete |
Apos alguns quilometros paramos em baixo de algumas árvores para um lanchinho, Tomé trazia em sua mochila uma garrafinha de vinho que bebemos em canecas de alumínio, aquele vinho tinha um sabor especial, o Junior devia ter provado! Tudo naquele lugar teria um sabor especial, a grama humida tinha uma textura especial, as árvores faziam uma sombra especial, o canto doce dos passaros emitiam uma melodia especial, os amigos que eu encontrava e que encontraria durante todo meu percurso seriam pessoas especiais, como se tudo e todos já fizessem parte da minha vida desde sempre!
Depois de 22km chegamos à Zubiri, onde me despedi dos meus amigos e segui sozinha, sem enxergar nenhum peregrino a frente ou atrás. Cheguei a Larrasoaña. Tirei minhas botas e deixei meus pés livres, os coitadinhos precisavam respirar.
Ao entrar no albergue e entregar minha credencial ao hospitaleiro, o susto: estava com a credencial do Adelino (com quem havia cruzado os Pirineus) e provavelmente ele com a minha! Haviam sido trocadas no albergue de Roncesvalles! Foi aí que lembrei que havia ganhado outra da Kátia (uma querida peregrina brasileira). Que alívio!
Era a única brasileira no albergue, como faria para me comunicar, já que eu não falava nada de outras linguas, foi então que constatei que no caminho não tem idioma… todos falam a língua do caminho, a língua do amor, onde todos se entendem. É a união dos povos!
De noite um delicioso "menu del peregrino" regado a vinho (ai o vinho do Caminho), um bom papo, numa incrível salada de sotaques e muitas risadas, típica de velhos amigos que acabaram de se reencontrar!
Muito massa Laila.. Só foi uma pena que colocou uma fotinha só!!hehehe...
ResponderExcluirBjsssss
Laila e verdade sobre a lingua do amor eu caminhei uns dias com um Italiano que falavamos outras linguas mais nem uma igual...rs
ResponderExcluirFicavamos conversando o dia todo e quando eu ia dormir pensava.Sera que eu e Ricardo nos entendemos?
Acredito que o prazer de estarmos juntos era maior que a diferenca das liguas e o vinho tambem era bom..Braco Ricardo. Beijos Laila. Me encanta como escreves.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pelo blog lailinha, está lindo... Tenho muita vontade de fazer o caminho e as suas postagens só ajudam com a curiosidade :-) parabéns.
ResponderExcluirOi Laila,
ResponderExcluirGostei do seu blog, me dá uma vontade de colocar os pés na estrada... Adorei passar por aqui e caminhar com vc!
Amanhã bem de manhã
Vou sair caminhando ao léu
Só vou seguir na direção
De uma estrela que eu vi no céu
Pra que fingir que não devo ir
Caminhos me levem
Aonde quiserem
Se meus pés disserem que sim...
(Um pedacinho da música "Caminhos me levem" de Almir Sater),
Laila e verdade sobre a lingua do amor eu caminhei uns dias com um Italiano que falavamos outras linguas mais nem uma igual...rs
ResponderExcluirFicavamos conversando o dia todo e quando eu ia dormir pensava.Sera que eu e Ricardo nos entendemos?
Acredito que o prazer de estarmos juntos era maior que a diferenca das liguas e o vinho tambem era bom..Braco Ricardo. Beijos Laila. Me encanta como escreves.
LUCELIO