terça-feira, 18 de janeiro de 2011

12.a Etapa: Hontanas - Fromista (32,4 km)

Saí cedo de Hontanas, o Sol estava nascendo e logo de cara fui presenteada com um espetáculo da natureza, andei por caminhos muito bonitos! Passei pelas ruínas do Mosteiro de San Antón (sec. XIV) onde eram tratadas pessoas com uma doença contagiosa conhecida como Fuego de San Anton.



Até Castrogeriz caminhei por uma estrada asfaltada, mas ao chegar a este pueblo avistei um castelo no alto de uma montanha, fiquei fascinada com aquela visão e não conseguia desviar meus olhos do castelo! Ficava imaginando como viveriam as pessoas que ali habitaram, inexplicavelmente sentia–me numa viagem ao passado, o que ocorreu ali? Quantos amores vividos, batalhas travadas, corações feridos. Fiquei hipnotizada!



Como ainda era cedo, a pequena cidade ainda dormia, suas ruas estavam desertas!
Caminhava feliz! O dia estava muito bonito… Mais à frente me deparei com a Montanha Cuesta de Mostilares, uma grande subida com quase 1000 m acima do nível do mar. Ao avistar aquela montanha dei uma risadinha… Não acreditava que teria que subir tudo aquilo!!! Meu Deus era muito alto… Heiko tirou da mochila seu par de sticks e disparou na frente, Frank segurou minha mão e repetindo “come on… come on… come on…” Ajudava-me subir, me lembrei das estórias catalãs que minha avó contava sobre gigantes que viviam no alto das montanhas… Se fosse verdade certamente ali viveria algum.
Ao chegar ao topo tem-se uma visão de toda região de Castilha (vista de tirar o fôlego), nem a melhor máquina fotográfica do mundo poderia captar a imagem que o olho humano podia vislumbrar! Novamente aquele nó na garganta e foi ali que aprendi mais uma lição do Caminho… Não é fácil subir uma montanha, mas a vista lá do alto sempre faz valer a pena!… Paramos um pouco, tiramos algumas fotos e mais uma vez agradeci a meus olhos por poder ver aquilo!



Ainda tinha muita estrada pela frente, então… bóra caminhar!
Este dia estava especial, tudo muito lindo, muito colorido, o céu, as flores o verde, tudo estava muito intenso, no meu rosto a felicidade era evidente!

Chegando a Boadilla Del Camino cruzei com um rebanho de ovelhas e um simpático burrinho, coisa impossível de se ver em São Paulo!

Chegando a Frómista fiquei no albergue em frente à Igreja de San Martin. Foi neste albergue que conheci outro Eduardo, um catarinense que começara o caminho com sua esposa, mas que haviam se separado!
Edu é uma daquelas pessoas iluminadas, com o dom da palavra, foi uma empatia a primeira vista, ou ao primeiro gole de cerveja, mas o fato é que a partir daquele momento seria formada uma amizade que a distancia não podia abalar!  
Tomamos muitas cervejas e um licor de ervas foram horas de conversa e a impressão de nos conhecermos a anos! Rimos, choramos! Eduardo me ajudou a entender muitos conflitos internos, foi realmente um anjo que cruzou meu Caminho e que ficaria nele para sempre... Um irmão de alma que a vida estava guardando pra mim, sentimentos incapazes de se explicar, mas tão fácil de sentir.
Heiko, eu e Edu, antes da cerveja e do licor de ervas...


Heiko, eu Edu, depois da cerveja e licor de ervas (o Heiko ainda estava normal... rssss)
Este foi um dia muito agradável! Fui dormir com a sensação de renascer a cada dia, descobrir–me e amar–me cada vez mais!


7 comentários:

  1. Estou numa correria mais quando vi que vc postou no blog dei uma paradinha , continue no seu caminho!!!
    ass Emerson

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  2. sempre vale a pena ler seus posts, espero tirar do caminho pelo menos metade do que você tirou de bom,para mim ja seria suficiente...


    eriko

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  3. Tem razao. Este foi uma noite real legal! Endendi somente um pouco do conversacao. Talvez bebi de menos cerveja..rsss.
    Mas rimos muito.... os brasileiros loucos...rssss

    bjs Heiko

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  4. Heiko meu querido, o nível de loucura neste caso pode ser dosado pela quantidade de cerveja... rsssss!!!! Vamos voltar para o Caminho? Um beijo enorme...

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  5. Minha amiga muito lindo mais uma vez! Vc sempre surpreendendo! A cada dia uma sensação nova uma descoberta. Como diz o Eriko espero vivenciar alguns sentimentos vividos por vc minha amiga mais que especial.
    Beijos,
    Leo

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  6. Minha amada!
    Acho que quem encontrou o anjo foi eu!
    Realmente é impossivel explicar nossa empatia, coisa tipo trancendental!
    Mas naquele dia vi a fabula se tornar realidade!
    Sabes como os indianos adestram seus elefantes?
    Eles os amarram quando jovens em uma estaca que que os prende , assim o pequeno elefante tenta inutilmente livrar-se das amarras, o tempo passa e um dia o elefante se convense que a estaca é realmente mais forte q ele!
    O problema eh que depois de grande o elefante continua sendo amarrado à mesma estaca que, agora, poderia ser arrancada com um mero passo!
    E assim vivemos nossas vidas de pacdermes!
    As estorias catalas de sua avó se tornaram historia para mim, pois ali conheci uma gigante!
    E o mais legal, ao contrario dos elefantes, ela tinha descoberto o quanto era grande e poderoza!!!
    Conhecer voce foi um daqueles presentes que só o caminho das estrelas pode dar!
    Tenho certeza que a distancia pode até separar corpos, mas nunca coracoes!
    E é por esse motivo que estás comigo até hoje!
    Te quero muito bem minha amiga!
    Logo voltarei ao Brasil e nos veremos para sentar e tomar aquela GELADA!!!!(sem uruho porém rsrsrsrs)
    Laila, saiba que é uma honra ser seu amigo!
    Continue sendo a pessoa que busca, nao teraz a paz que desejas, mas teras as experiencias que nessecitas!!!
    Te AMOOO!!!

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  7. Edu
    Meu amado amigo, vc já havia me falado sobre os elefanres indianos e com sua ajuda pude perceber que podia ser mais forte que qualquer estaca, muito obrigada por curzar com meu caminho!
    Estou esperando nossa GELADA... Vem logoooooooo

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