Meu batom já estava eufórico para entrar na mochila e
partir para uma nova aventura, e a escolhida foi Monte Roraima. Acompanhada por
meus amigos Mayra, Guma e Sting.
Na mochila, além do batom, carregava o equipamento básico
para sete dias em que passaria entre o Brasil e a Venezuela, além de uma carga
especial de curiosidade, espírito de aventura, coragem, e muita, mais muita
felicidade.
A caminho do Monte Roraima |
Conhecer o Monte Roraima é uma experiência diferente, mesmo
para quem já pratica trekking. É muito mais do que apenas caminhar e acampar, é
vivenciar o inesperado, é presentear os olhos com paisagens que parecem ter saído
de contos pré históricos, é saborear uma cultura que luta para manter suas
tradições, é sentir o cheiro da terra árida da savana que tem suas entranhas
invadidas pela úmida Floresta Amazônica, é tatear um céu de estrelas que bailam
ao redor da lua, tingindo de azul o paredão dos gigantes Tepuys.
O Monte Roraima é uma das formações mais antigas do planeta,
e um dos mais altos e largos tepuys, a 2700m, com seu pico a 2810m.
A beleza inóspita do lugar é tamanha que inspirou o escritor
de Sherlok Holmes, Conan Doyle, a escrever o livro ¨O Mundo Perdido¨.
Partimos de São Paulo com destino à Boa Vista, capital do
Estado de Roraima e de lá pegamos um taxi para Santa Elena de Uairen, já na
Venezuela, onde conhecemos nosso guia Frank, um índio da Guiana, o porteador,
que apelidamos carinhosamente de Chavito, nosso agenciador, o Raul e nossos
companheiros de caminhada, um casal de ingleses e um casal de italianos.
Fronteira com a Venezuela |
Chavito |
De Santa Elena partimos em uma van para a comunidade
indígena Paray – Tepuy, no vilarejo de San Francisco de Yuruaní, e só depois
partimos a pé para a caminhada rumo ao cume do Monte, atravessando o rio Tek e
vivenciando novas experiências.
Foram seis dias intensos, onde ri, chorei, senti uma
felicidade que transbordava os limites da alma, e onde senti dúvidas e medos
guardados em meu coração.
A mistura de línguas, costumes, diferenças, transformava-se
em musica que embalavam os jantares nos acampamentos... Sorriso não tem idioma
e eram praticados constantemente.
Laços de amizade foram fortificados, a generosidade e o companheirismo
reforçaram minha certeza de que pessoas podem se encontrar por acaso, mas
permanecem em nossas vidas por escolhas.
Pisar naquele solo formado em um período muito anterior a existência
do homem na Terra, morada, segundo a lenda dos índios Caribés, do Deus Macunaima,
gerado do amor entre o Sol e a Lua, me fizeram ter a certeza mais uma vez de
que para sair do lugar basta caminhar, então... bora caminhar!
Durante os dias de expedição todos éramos iguais... Nem
menos nem mais... simplesmente iguais! Tomávamos banho no rio, comiamos coisas simples,
dormíamos com a Lua e acordávamos com o Sol, carregávamos aquilo que precisamos
para viver, e tudo cabia em uma mochila! E como fomos felizes...
Claro que preciso deixar aqui meu agradecimento à Mayra,
grande guerreira, que enfrentou os limites do corpo e deixou a alma leve para
caminhar. O Sting, que planejou tudo, concretizando nossa vontade de transpor
fronteiras, e o Guma, grande companheiro que me fez rir muito e que espero
permaneça ao meu lado para muitas outras aventuras!
Mayra |
Guma |
Sting |
EEEEEEEEEEEEEEEEE vidão!!! Bora subir de novo????????
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