quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Monte Roraima


Meu batom já estava eufórico para entrar na mochila e partir para uma nova aventura, e a escolhida foi Monte Roraima. Acompanhada por meus amigos Mayra, Guma e Sting.
Na mochila, além do batom, carregava o equipamento básico para sete dias em que passaria entre o Brasil e a Venezuela, além de uma carga especial de curiosidade, espírito de aventura, coragem, e muita, mais muita felicidade.

A caminho do Monte Roraima

Conhecer o Monte Roraima é uma experiência diferente, mesmo para quem já pratica trekking. É muito mais do que apenas caminhar e acampar, é vivenciar o inesperado, é presentear os olhos com paisagens que parecem ter saído de contos pré históricos, é saborear uma cultura que luta para manter suas tradições, é sentir o cheiro da terra árida da savana que tem suas entranhas invadidas pela úmida Floresta Amazônica, é tatear um céu de estrelas que bailam ao redor da lua, tingindo de azul o paredão dos gigantes Tepuys.



O Monte Roraima é uma das formações mais antigas do planeta, e um dos mais altos e largos tepuys, a 2700m, com seu pico a 2810m.
A beleza inóspita do lugar é tamanha que inspirou o escritor de Sherlok Holmes, Conan Doyle, a escrever o livro  ¨O Mundo Perdido¨.
Partimos de São Paulo com destino à Boa Vista, capital do Estado de Roraima e de lá pegamos um taxi para Santa Elena de Uairen, já na Venezuela, onde conhecemos nosso guia Frank, um índio da Guiana, o porteador, que apelidamos carinhosamente de Chavito, nosso agenciador, o Raul e nossos companheiros de caminhada, um casal de ingleses e um casal de italianos.

Fronteira com a Venezuela


Chavito


De Santa Elena partimos em uma van para a comunidade indígena Paray – Tepuy, no vilarejo de San Francisco de Yuruaní, e só depois partimos a pé para a caminhada rumo ao cume do Monte, atravessando o rio Tek e vivenciando novas experiências.




Foram seis dias intensos, onde ri, chorei, senti uma felicidade que transbordava os limites da alma, e onde senti dúvidas e medos guardados em meu coração.
A mistura de línguas, costumes, diferenças, transformava-se em musica que embalavam os jantares nos acampamentos... Sorriso não tem idioma e eram praticados constantemente.


Laços de amizade foram fortificados, a generosidade e o companheirismo reforçaram minha certeza de que pessoas podem se encontrar por acaso, mas permanecem em nossas vidas por escolhas.



Pisar naquele solo formado em um período muito anterior a existência do homem na Terra, morada, segundo a lenda dos índios Caribés, do Deus Macunaima, gerado do amor entre o Sol e a Lua, me fizeram ter a certeza mais uma vez de que para sair do lugar basta caminhar, então... bora caminhar!





Durante os dias de expedição todos éramos iguais... Nem menos nem mais... simplesmente iguais! Tomávamos banho no rio, comiamos coisas simples, dormíamos com a Lua e acordávamos com o Sol, carregávamos aquilo que precisamos para viver, e tudo cabia em uma mochila! E como fomos felizes...



Claro que preciso deixar aqui meu agradecimento à Mayra, grande guerreira, que enfrentou os limites do corpo e deixou a alma leve para caminhar. O Sting, que planejou tudo, concretizando nossa vontade de transpor fronteiras, e o Guma, grande companheiro que me fez rir muito e que espero permaneça ao meu lado para muitas outras aventuras!

Mayra

Guma
Sting


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