Travessia Petrópolis X Teresópolis - Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Finalmente estava pronta pare realizar uma antiga vontade... Fazer a travessia de Petrópolis à Teresópolis pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Parti de São Paulo com meus amigos Juliana, Leandro, Fábio e Renata. Lá no Rio de Janeiro encontraríamos com o mineiro Igor e a galera carioca que realizaria a travessia também.

Todos reunidos em Magé, na casa do Alan que foi nosso guia!

Passamos a noite em claro e com o atraso do Igor que estava vindo de Juiz de Fora (MG), comecei a travessia com 1h e 40m atrás do resto do grupo. Foram 8 km de subida forte, mas com muito esforço (quase sem fôlego) conseguimos alcançar o grupo.

Sempre que iniciamos uma atividade deste tipo, os primeiros momentos são os mais difíceis. Estamos presos a pensamentos e problemas do dia a dia, mas com o passar do tempo e o avanço dos passos o cenário vai mudando... É como se nossa alma estivesse presa em um balão de gás hélio, fechado com uma fita, conforme caminhamos o gás vai sendo liberado e nossa alma se vê livre para escapar e sentir o vento, a montanha, as rochas, o dourado do sol, o horizonte. A alma então sorri liberta das amarras do cotidiano!

Foram longas e difíceis horas no primeiro dia, depois da pior subida, conhecida como Isabeloca, chegamos ao Acampamento Açu, onde pernoitaríamos. 

Castelo do Açu, base para o primeiro acampamento.

O humor de todos não estava muito bom... Tinha quem quisesse desistir! Era cansaço, fome, dores e frio... muito frio. Nossas barracas ficaram cobertas por uma fina camada de gelo.

Gelo na barraca

No segundo dia seriam 12 km, passaríamos pelos lugares mais difíceis e perigosos, como o Vale da Morte, o Elevador e o Cavalinho. 

Nossos guias nos conduziram de maneira responsável por todos eles e conseguimos passar sem problemas.

A paisagem estava incrivelmente linda! Bebíamos água em poças formadas por chuva e andávamos acima das nuvens. Era como se tivéssemos subido no Pé de Feijão mágico e caminhássemos em outro mundo, um mundo de conto de fadas, onde poucos tem a oportunidade de pisar. A natureza está muito preservada e as montanhas da Serra dos Órgãos formam um exército de gigantes sempre atentos a nos observar!

Ansiedade, medo e euforia eram sentimentos presentes...

As pessoas já estavam mais entregues àquela experiência única de deixavam-se tomar pelo sentimento de liberdade.

Chegamos ao acampamento da Pedra do Sino já de noite. O ultimo trecho da travessia fizemos no escuro, o que aumentou nossa aventura!

Armamos nossas barracas, saboreamos uma deliciosa comida preparada por nosso cozinheiro Timbu. No céu um manto de estrelas tornava tudo ainda mais lindo... Ficamos conversando até que o cansaço dominasse por completo nossos corpos nos obrigando a dormir!

Acampamento do Sino.

Durante a noite o frio foi cruel e não consegui dormir bem. Levantamos antes do Sol, queríamos ver seus primeiros raios e fomos expectadores de um verdadeiro show com o astro rei em cima da Pedra da Baleia.

O vento era muito forte, estávamos felizes... Rimos, nos abraçamos, brincamos como crianças que se lambuzam com um doce, e nosso doce era a celebração da vida!

Depois de um delicioso café da manhã com direito a tapioca, resolvemos chegar ao cume da Pedra do Sino!

Café da manhã com Tapioca

A neblina tomava conta do lugar, mas isso não abalou nossa satisfação de estar no ponto mais alto da travessia... Conseguimos! Eu estava orgulhosa de mim e dos meus amigos.

No cume da Pedra do Sino

Para finalizar foram mais 15 km de descida até a unidade de Teresópolis, descíamos cantando, em nossos rostos um brilho especial que só quem passa por uma experiência destas consegue entender!

Vista de Teresópolis

Força e determinação foram sentimentos que não faltaram. Conseguimos superar os limites do corpo e os bloqueios da mente. ¨Gáia¨ foi generosa e nos proporcionou três dias fantásticos!

Agora o que fica é a certeza de estar ainda mais fortalecida, laços de amizade mais concretos e um delicioso gostinho de quero mais, junto com a vontade de colocar o batom de volta na mochila e partir para outra jornada... Chile aí vou eu!!!!!

Chegada!!!!


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