Escalada no Pão de Açúcar

Subir o Costão do Pão de Açúcar

Batom na mochila e bora pra minha primeira aula de escalada. Subir o Costão do Pão de Açúcar.

Quem me acompanhou e me auxiliou foi Alan Muller, um experiente escalador do Rio de Janeiro que me foi apresentado por minha amiga Iris e que hoje é mais que um grande amigo.

Chegamos a Pista Claudio Coutinho por volta das 13 horas. O Sol estava escaldante, e começamos nossa subida.

A princípio não me pareceu muito difícil, o que atrapalhava era o calor, parecia que eu estava derretendo.



Paradinha para curtir o visual





Que calor!!!! E vamos subir!



Quando olhei para traz pude ver a Bahia de Guanabara, realmente linda. Havia muitos veleiros com suas velas branquinhas que deslizavam sobre o mar de águas azuis, mas inexplicavelmente acho que o vento resolveu soprar só pra eles, porque sobre mim o Sol parecia cada vez mais cruel.




Olha só a pedrinha que eu subi lá atraz!!!



Chegamos a uma parte onde não havia vegetação, somente a rocha bem íngreme.

Alan seguia na minha frente com uma tranqüilidade incrível, como se estivesse andando em um terreno plano. Eu estava com bastante medo, mas naquele momento preferi não deixá-lo me dominar e comecei a subir.

Alcancei uma grande pedra e Alan parou para tirar algumas fotos e eu fiz a burrice de olhar para traz. Lindo e apavorante. A subida era mesmo muito íngreme e até aquele momento não tinha cordas de segurança. Perguntei ao Alan o que eu devia fazer caso escorregasse e ele “gentilmente” respondeu que eu não tinha aquela opção.

Travei. Literalmente empaquei. Minha perna tremia, meu pé queimava com o calor do Sol e eu não conseguia dar nenhum passo. Voltar era impossível! Por algum tempo senti muita raiva de mim por permitir que o medo me dominasse, mas que medo que nada, eu estava em pânico.

Depois de algum tempo e algumas “palavrinhas doces” do Alan que repetia que eu era incapaz, medrosa e assim por diante (bom a psicologia utilizada por ele foi boa) eu respirei e segui em subi.




Até agora eu ainda não tinha olhado pra baixo!!!

 




Foi aí que eu travei! Mas também olhem a subida!!!

 

Superada esta fase demos uma pequena pausa para respirar e descansar. O visual era de tirar o fôlego, se bem que fôlego era algo que já quase não tinha àquela altura, chegou o momento de nos prepararmos para escalar (até aquele momento era só pra esquentar... rs.).
Colocamos os equipamentos e Alan subiu para me guiar e dar segurança. Eu me agarrei na rocha e comecei a subir. Claro que travei novamente. Minha perna mais uma vez parecia ter vontade própria, por mais que eu tentasse dominá-la ela teimava em tremer sem parar! Acho que meu corpo todo tremia. Eu perguntava a Alan onde devia segurar e ele mandava que eu achasse uma agarra na pedra e subisse, o problema é que eu não conseguia acha nenhuma. Mais uma vez Alan veio ao meu socorro e com seu jeito “meigo” de ser me explicou como fazer.




Alan preparando o equipamento



Mesmo com muito medo foi incrível para mim. Saber que posso superar meus medos já era bom, mas nesse dia consegui vencer meu pânico, o que é ainda melhor.
Depois do pequeno trecho de escalada seguimos a diante, mais subida, mais sol e mais paisagem espetacular.

A vista era maravilhosa e tudo acabou perfeito.

Chegamos em cima do Pão de Açúcar exaustos, mas eu estava realmente muito feliz.

Tinha vários turistas com suas máquinas potentes e suas roupas impecáveis, e eu, suja, suada, vermelha e descabelada me sentia uma heroína por conseguir chegar ali de uma maneira diferente. Depois der descansar e beber um pouco de água descemos de Bondinho, e o melhor, sem pagar!




Alan e eu descendo de Bondinho






Escaladores subindo por uma via mais difícil... Será que eu chego lá??

 

Claro que tudo o que acabo de descrever é uma impressão pessoal minha, com certeza pessoas experientes acham esta via de escalada muito fácil, mas para um primeiro contato achei “sinistra” (como dizem meus amigos cariocas).

Tenho que agradecer imensamente o Alan, que foi extremamente prudente, paciente e que com sua experiência soube me conduzir de maneira segura. Até mesmo suas palavras ásperas foram usadas de maneira pensada para me estimular a seguir em frente, não desistir.

Recomendo a todos que tiverem oportunidade fazer esta escalaminhada guiada, com um profissional capacitado para isso.


Allan Müller - Guia e instrutor de escalada em rocha (21) 93802270
e.mail: alan.muller@oi.com.br