terça-feira, 27 de novembro de 2012

24a. Etapa: Mercado – Lingonde


Saí cedo do albergue de Mercado, ainda estava um pouco frio, mas o sol aparecia radiante iluminando o dia que estava nascendo!


O caminho estava tranqüilo e muito bonito, a quantidade de peregrinos parecia diminuir a cada dia. Eu sentia – me radiante! Heiko disparou na frente e eu caminhava com Frank, um grande amigo alemão, que foi durante grande parte do caminho meu anjo da guarda!
Passamos por muitos pueblos minúsculos e depois de mais ou menos 18 km pude avistar Portomarim e a represa de Belesar que encobre a antiga cidade de Portomarim.


Atravessamos a enorme ponte que leva a entrada da cidade, pude ver nosso reflexo na água… Parei por alguns segundos pensando no propósito do Caminho… olhar para dentro de mim, escutar as vozes da minha alma, tantas vezes calada e imperceptível na correria do dia a dia, onde na busca do ter nos esquecemos de ser!
Como não queríamos ficar ai, tínhamos a opção de seguir a esquerda pela carreteira sem precisar entrar na cidade, mas eu queria ver a igreja de San Nicolas do século XII que antigamente ficava onde hoje é a represa e foi transportada pedra por pedra para o alto, onde foi inaugurada em 1962 a nova cidade.
 As pedras foram numeradas para que fosse construída exatamente igual!



Sentamos em um bar em frente à igreja onde encontramos Heiko, Tobi e a austríaca Hiohana. Depois de uma pausa, um bocadilho e uma caña, segui em frente!
O sol começou a esquentar bastante e segui por uma estrada de terra, em um determinado trecho havia uma cobra morta (me lembrei da observação de Heiko de que somente 10% chegam a Santiago… que pensamento!), lamentei a má sorte daquele pobre animal e… segui!


Cheguei a Ligonde subindo suavemente a serra, a vista era muito bonita e tudo estava perfeito!
O albergue era pequeno e pegamos as ultimas camas! Que sorte, pois depois de caminhar 32 km estava exausta e não queria andar mais até o próximo albergue!
Desde o Cebreiro não encontrava brasileiros e já estava sentindo falta de conversar mais, já que só falo bem o português, o que foi bom para que eu pudesse conversar comigo mesma… refletir!


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