O céu
estava especialmente lindo naquele dia! Com um colorido mágico!
Continuei
caminhando por bosques e florestas, um aroma delicioso no ar! Cheiro de
vida! Atravessei a ponte medieval sobre o rio Furelos, a paisagem alegrava
meus olhos!
Cheguei à
Melide, mas não comi o famoso pulpo! É um pueblo relativamente grande, com
muita gente nas ruas, muito trafego de carros! Esta é uma paisagem que não me
agradava e eu fazia questão de seguir!
Passando pela rua uma cena me chamou atenção! Era um cachorro preso a uma mochila, um cão peregrino, só não sei se ele estava feliz com isso!
Encontrei
Fabrício em um bar, ele estava agora caminhando com um espanhol e uma alemã,
parecia muito animado! Fiquei orgulhosa, pois sabia dos obstáculos impostos
pelo corpo que Fabrício havia superado, e detalhe: ele fazia o Caminho de
papete! Grande garoto! Despedimo-nos e segui em frente!
Fazia
muito calor, a água da minha garrafinha esquentava com muita rapidez e eu
ficava torcendo para chegar logo uma fonte, onde aproveitava para me refrescar!
A esta altura era engraçado meu bronzeado, com a marca da bermuda e da
camiseta! Eu dizia que era a “tatoo peregrino”! Tudo era festa!
Um
pouco antes da minha parada final uma cena chamou minha atenção! Ao passar por
um pasto vi um gato em posição de ataque, pronto para golpear sua vítima, e ao
seu lado um pássaro, piando, como que tentando afugenta – lo aos “gritos”,
mesmo podendo ser atacado e morto, precisava tentar salvar sua cria! Instinto
materno, um pássaro enfrentando um gato para salvar seu filhote! Aquela cena me
fez entender que não importa o quanto frágil parecemos ser, o que importa é a
vontade de vencer e a atitude de buscar o que desejamos e sonhamos!
Eu não
fiquei para ver o desfecho desta cena. Não podia interferir no ciclo da
vida! Tinha que seguir, aquela não era minha estória!
Cheguei a
Arzua e fiquei em um albergue privado bem no início do pueblo. No final da
tarde, sentada com meus amigos alemães em frente ao albergue eu ouvi dois
homens falando em português! Doce idioma! Foi aí que conheci o Luiz Bompastor,
muito simpático, usando um chapéu com a bandeira do Brasil, depois conheci
outros brasileiros que estavam no mesmo albergue. O engraçado foi que Luiz
disse que ao me ver pensou que eu não fosse brasileira (mesmo usando uma
bandana do Brasil). Conversando, Luiz me contou que já havia feito o
caminho várias vezes e eu senti uma pontinha de inveja (inveja boa)!
Fui
dormir ansiosa pelo dia que estava por vir! O fim da minha aventura estava
próximo e o medo da volta aumentava a cada passo!
Toca a continuar. Continuo a gostar da escrita, fotografia, etc. :) . Beijinho. Carlos Pinto Leite
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