quarta-feira, 20 de maio de 2015

Mulheres conseguem mudar o estilo de vida?

Sair dos moldes que a sociedade nos impõem, buscar a realização pessoal, fazer aquilo que ama, mudar completamente a vida não é fácil, requer muita força de vontade, determinação e uma pequena dose de foda-se para aquilo que aparentemente te prende a uma vida que não quer seguir!

Nada melhor do que conhecer exemplos de pessoas que conseguiram seguir seus sonhos!

É isso que fez Simone Lopes e ela conta como conseguiu... Vamos nos inspirar?



RELATO DA SIMONE:

Metamorfose


"Constantemente  me perguntam: “Como é possível uma mudança tão brusca?”

Pensando em uma resposta plausível (e incentivada por uma pessoa muito querida) resolvi fazer uma retrospectiva e escrever sobre tal assunto.

Partirei dos princípios que “Nada nesta vida acontece por acaso” e que “Somos frutos de nossas próprias escolhas”.

Não preciso forçar minha memória para encontrar uma garota recatada e totalmente moldada nos padrões de uma família tradicional. (Não tenho a intenção de com esse relato me desfazer ou desmerecer os ensinamentos e princípios que foram passados ao longo da minha formação como indivíduo.) Quero apenas contar como aconteceu minha incrível metamorfose.

Me ensinaram que eu nasci para ser uma filha exemplar, uma esposa amável e resignada e uma mãe dedicada porque esse é o fluxo que devemos seguir.

Por algum tempo eu até consegui ser assim: estava habituada seguir à risca uma rotina que eu havia “escolhido” pra mim.



No meu íntimo faltava algo, havia uma lacuna que eu não conseguia preencher com nada do que eu tinha. Perdi as contas de quantas vezes comprei o que não precisava para tentar me completar, satisfazer um desejo que eu nem sabia ao certo de que era.

Até que um certo dia consegui ouvir os gritos e as súplicas da minha alma.

Eu precisava me conhecer, valorizar mais os sentimentos, as pessoas e não apenas as coisas materiais.

Ah, isso não foi tão fácil assim como parece, lágrimas escorrem dos meus olhos enquanto viajo em um passado ainda recente.
As mudanças são desconfortáveis e causam dor, mas nos ensinam e nos mostram que somos mais fortes do pensamos e que temos uma capacidade incrível de reconstruir a partir dos cacos que sobram quando somos despedaçados.

Eu encontrei uma Simone desconhecida e me perguntei onde ela estava esse tempo todo. Cheguei à conclusão de que ela estava escondida com medo de se mostrar, medo de ser rejeitada por não se encaixar mais nos moldes louváveis a qual ela foi colocada.



Esse tipo de mudança é muito pessoal. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.” Não existe fórmula mágica ou um evento marcado para que uma mudança ocorra. O que existe é a sensibilidade de perceber o que seu coração deseja e a vontade de sentir se livre para fazer suas próprias escolhas.



 Hoje não sou Alice e nem vivo no país das maravilhas. Mas me sinto feliz e tenho um desejo imenso de viver cada momento e me permitir sentir as mais diversas emoções sem me importar com o que vão pensar e falar.

Ainda tenho dúvidas e sinto medo, mas conheço minha força e minha capacidade de superar obstáculos.



Um dia desses, “pendurada” numa corda (fazendo rapel) e meditando à quase 70 metros do chão eu “ouvi” meu coração perguntar: “por onde você andou esse tempo todo? “Como conseguiu “viver” longe de tudo isso por um tempo consideravelmente longo?” Eu pensei por alguns instantes e respondi: Estava extraviada de mim mesma, vivendo experiências que, apesar de tudo, me ensinaram muito e que hoje me fazem valorizar cada minuto como se fosse último.

Há aproximadamente três anos minha vida começou mudar e sofrer reviravoltas extremas. Eu fui o principal agente dessas mudanças. Não estava feliz com o modo que a minha vida estava sendo conduzida e depois de pensar um pouco resolvi dar “meia volta” e procurar uma nova maneira de viver.

 O primeiro impacto foi devastador, pois simplesmente mudei o rumo da minha vida. Fui fortemente criticada, “apedrejada”, difamada, pressionada a reconsiderar e algumas coisas mais, mas estava decidida e segui em frente. Chorei muito e fiquei com “feridas” profundas, mas garanto que tudo isso foi necessário no meu processo de amadurecimento e reconstrução.

Saí de um casamento de quatro anos com o meu bem mais precioso: Uma princesa linda que hoje tem cinco anos. Deixei um emprego de seis anos que me dava certo prestígio e um retorno financeiro considerável. Mudei meu conceito de diversão e fiz dele um estilo de vida.



 Há exatamente um ano e três meses fui “arrastada” para o mato por uma amadíssima amiga (Marah Resende). Na verdade essa mocinha estava no meu pé há uns seis meses para irmos juntas fazer rapel, mas nunca dava certo. Até que resolvemos ir para tirarmos umas fotos bacanas. Rsrsrsr Eu nem imaginava que aquele seria meu dia "D".



 Apesar de ter passado minha infância em uma pequena cidade do interior de Goiás (Cachoeira Dourada) nunca tive intimidade com a natureza e esportes. Eu era bem do tipo que preferia livros, músicas, uma vida calma e sem emoções fortes. Ia de salto alto pra escola para fugir das aulas de educação física. Filha de costureira, sempre prezei a boa aparência. Eu ainda gosto muito de tudo isso, mas descobri que posso ir além da boa aparência e que não preciso ter um único estilo ou ser demasiadamente preocupada em estar o tempo toda “impecável”. Hoje a seguinte frase me define: “Eu quero ser tudo o que sou capaz de me tornar”.



Jamais imaginei que aquele dia 09/02/2014 seria um marco na minha vida. Foi amor a primeira vista, paixão avassaladora e uma sensação de bem estar indescritível. Minha primeira descida de rapel foi incrível!!! De repente era como se eu tivesse nascido para aquilo. Me senti íntima da corda e adorei o banho gelado de cachoeira. No fim do dia parecia que meu corpo estava destruído (eu era sedentária), mas a minha alma… Ahhhhminha alma, estava leve!!!! No outro dia me senti forte, com vontade e força para encarar meus problemas e até mudar o mundo. Parece exagero, mas essa é a mais pura verdade. 

Depois daquele dia não consegui parar mais, virou meu clichê dizer que rapel e vida no mato é viciante. Conheci todas as cachoeiras do circuito da agência de eco turismo Trilhas interpretativas e também fiz o curso de técnicas verticais que me habilitou ser instrutora.
Costumo dizer que através das Trilhas interpretativas conheci outro mundo. E diga se de passagem, são profissionais com nível técnico inquestionável e competência louvável. https://www.facebook.com/TrilhasInterpretativas?fref=ts

Foi no mato que conheci pessoas com histórias de vida e superação parecidas com a minha.

Também conheci alguém muito especial e que há um ano dividimos sorrisos, carinhos, momentos incríveis e muitas, muitas aventuras. Agora eu pergunto: Como posso não amar o mato depois de tantas coisas maravilhosas que ele trouxe para minha vida?




Alguns perguntam: “E a vaidade, onde ficou?” Então respondo: Continua comigo, no cuidado da pele usando filtro solar com tonalizante, no esmalte para não quebrar as unhas, no leave in para manter o cabelo sempre hidratado, no rímel à prova d’água para deixar o olhar penetrante, no batom para deixar os lábios mais bonitos e em cada detalhe que escolho ao me preparar para mais uma aventura. E tudo isso por que (de acordo com minha amiga Priscila Pazetta) “Somos divas do mato! Simmmm, é isso que eu sou: uma diva do mato com muito orgulho.

O que também não me impede de colocar um salto alto, um vestido tubinho, fazer uma maquiagem elaborada e ir a qualquer festa.   

Eu sou mulher, mãe, filha, namorada, trilheira, guerreira, cozinheira e tudo mais que me der vontade de ser.



Tudo isso é possível para qualquer pessoa que tem vontade de viver e não apenas sobreviver. Isso está ao alcance de quem aceitou a segunda, terceira, quarta opção por achar que aquilo que faz seu coração bater mais forte e seu sangue “ferver” nas veias não compensa ou é difícil de conquistar.

Deixo aqui meus sinceros agradecimentos aos que me apoiaram, me incentivaram e participaram de todas essas mudanças. Agradeço também aos que criticaram (e que ainda criticam) e me jogaram pedras (e ainda jogam), pois isso também me incentiva superar meus limites. Uso essas pedras como degraus para subir e alçar voos maiores.

E você, Vive ou sobrevive? Caso a resposta seja a segunda opção, corra e vá descobrir o real sentido do verbo VIVER, afinal, “Você só vive uma vez, mas se souber viver bem, uma vez é o suficiente”.





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